Aprenda como plantar a amoreira-preta, árvore que dá as deliciosas amoras. Seus frutos possuem propriedades medicinais e são muito utilizados para fazer geleias e outros doces.
Nome botânico: Morus nigra L.
Nome popular: amoreira-preta
Angiospermae – Família Moraceae
Origem: Ásia, América do Norte, África, subespontânea no Brasil
Descrição
As folhas verdes são simples, largas na base, serrilhadas nas margens. As inflorescências de flores bem pequenas são em geral masculinas ou femininas, em plantas separadas (dioica), raramente na mesma planta (monoica).
Dão origem a um fruto composto por drupas de cor vermelha de sabor adocicado que fica quase preta quando madura, consumido in natura por animais e humanos. Frutifica de setembro a novembro.
A espécie Morus alba, a amoreira branca, é muito utilizada para a alimentação do bicho-da-seda, em produções extensivas, embora a amoreira-preta também possa ser utilizada. A amoreira-vermelha (Morus rubra) é menos comum, mas seus frutos também são apreciados.
No Brasil, principalmente em regiões de temperaturas amenas, como as subtropicais e temperadas, há cultivo intensivo, com bom mercado consumidor.
Como Cultivar a Amoreira
A amoreira é uma planta rústica, que aprecia solos profundos e com teor de umidade leve, pois é sensível a solos encharcados. Para seu bom desenvolvimento é preciso que não seja um solo compactado e que tenha bom teor de matéria orgânica.
Não é muito exigente em fertilidade, embora produza mais se receber abonos animais curtidos durante o inverno.
Quando o plantio se destina a produzir árvores, o espaçamento mínimo a considerar é de 5,0 m entre plantas numa linha. A cova de plantio deve ter o dobro do torrão da muda, descompactando o fundo e as laterais.
O top soil ou camada de 5 cm de profundidade da superfície deve ser separada da terra do fundo. Esta camada superficial é mais rica em matéria orgânica e deve ser misturada a 300 g de adubo animal de curral bem curtido. Além disso, composto orgânico o quanto for necessário e 200 g de húmus de minhoca.
Também poderá ser colocado cerca de 150 g de farinha de ossos ou fosfato natural de rocha, que são fonte de fósforo (P). Colocar parte da mistura no fundo e acomodar o torrão. Colocar um tutor prendendo a muda com cordão em forma de oito e preencher as laterais.
A terra do fundo reservada deverá ficar por cima. Regar. Nos próximos dias regar todos os dias em que não houver chuvas. Depois espaçar as regas.
Em regiões secas a produção em geral tem rega por gotejamento. Em casa, enterrar uma garrafa plástica toda furada junto com a muda, deixando o gargalo de fora. Por ali poderá ser introduzida a água nos períodos secos.
Deixar tampado o gargalo para evitar entrada de insetos , terra ou folhas.
Manejo e Propagação da Amoreira-Preta
Estes ramos serão conduzidos em arames, formando uma espécie de espaldeira. Na ocasião da poda serão colocados mais composto orgânico com adubo animal curtido, na proporção de 5:1, ao redor da projeção da copa, incorporando ao solo e regando a seguir.
A propagação da amoreira pode ser por sementes, dando origem a pés-francos, que levarão mais tempo para produzir. A propagação vegetativa é a mais usada, podendo ser de estaca ou alporque.
As estacas são aproveitadas do resto das podas de inverno, devendo ter gemas maduras no ramo. Colocar em sacos com composto orgânico em cultivo protegido até o enraizamento.
O ramo para alporque deve ser escolhido entre os bens formados e saudáveis. Após o enraizamento, será cortado, quando então se faz o selamento do corte na planta-mãe, para evitar brocas e doenças.
Este tipo de propagação propicia mudas de pequeno porte, que podem até ser cultivados em vasos grandes, para jardins pequenos, terraços e lajes planas.
Uso Paisagístico, Medicinal e Culinário
Na medicina caseira, a amoreira é considerada medicinal, suas folhas são analgésicas e antibacterianas, seu fruto tem propriedades laxativas. É muito nutritivo, contendo vitamina B1, B2 e C, taninos, açúcar e pectina, entre outros elementos.
Folhas e frutos secos são utilizados como chás para combater vermes. Frutos frescos dão origens a doces e geleias muito procurados.
Observação: Não se deve confundir a amora-preta (Morus nigra) da família Moraceae com a amora-arbustiva (Rubus) da família Rosaceae, que tem espinhos.