Alguns alimentos contêm toxinas ou substâncias químicas (p.ex., histamina) que são responsáveis por reações adversas não alérgicas.
Compostos como o glutamato monossódico não causam alergias.
Existem relatos de que os sulfitos (p.ex., o metabissulfito, que é encontrado em muitos produtos alimentares com conservante) e os corantes (p.ex., a tartrazina, um corante amarelo encontrado em doces, refrigerantes e em muitos alimentos preparados e comercializados) desencadeiam crises de asma e de urticária em indivíduos sensíveis a eles.
Alguns indivíduos apresentam enxaqueca após a ingestão de determinados alimentos.
Geralmente, as alergias e as intolerâncias alimentares são evidentes, embora nem sempre seja fácil realizar a distinção entre uma alergia verdadeira e uma intolerância.
Nos adultos, a digestão aparentemente impede as respostas alérgicas a muitos alergenos ingeridos.
Um exemplo é a asma do padeiro, na qual os trabalhadores de padarias apresentam sibilos ao respirar em meio à poeira da farinha de trigo ou de outros grãos, mas eles conseguem consumi-los sem apresentar qualquer reação alérgica.
Diagnóstico
Algumas vezes, os testes cutâneos ajudam no diagnóstico de uma alergia alimentar.
Um teste cutâneo positivo não significa necessariamente que o indivíduo é sensível a um determinado alimento, mas um teste cutâneo negativo torna improvável a sensibilidade ao mesmo.
Após um teste cutâneo positivo, o alergologista pode necessitar de um teste de provocação oral para estabelecer definitivamente o diagnóstico.
Em um teste de provocação oral, o alimento suspeito é oculto em uma outra substância (p.ex., leite ou suco de maçã) e, em seguida, é solicitado ao indivíduo que ele o ingira.
Quando o teste não produz sintomas, o paciente não é alérgico àquele alimento.
Os melhores testes de provocação são os testes “cegos”, isto é, às vezes o alimento em questão realmente está misturado com um outro e outras vezes não.
Nesses testes, o médico pode determinar com certeza se o paciente apresenta sensibilidade ao alimento agressor.
Uma dieta de eliminação pode ajudar na identificação da causa de uma alergia.
O indivíduo pára de consumir os alimentos que provavelmente podem estar causando os sintomas.
Posteriormente, os alimentos são reintroduzidos na dieta, um de cada vez.
O médico pode receitar uma dieta inicial utilizando produtos puros, a qual deve ser seguida rigorosamente.
Esta dieta não é fácil de ser seguida, pois existem muitos produtos alimentares ocultos como ingredientes de outros alimentos.
Por exemplo, o pão de centeio comum contém alguma farinha de trigo. Além dos alimentos ou líquidos especificados na dieta inicial, nenhum outro pode ser consumido.
Não é aconselhável comer em restaurantes, pois o paciente e o médico devem conhecer todos os ingredientes contidos em cada refeição consumida.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para as alergias alimentares além de deixar de consumir os alimentos que desencadeiam a alergia.
Qualquer indivíduo com alergia grave, erupções cutâneas, urticária (edema dos lábios e da garganta) ou falta de ar deve tomar muito cuidado para evitar os alimentos agressores.
A dessensibilização, através da ingestão de pequenas quantidades de um alimento ou do uso de gotas sublinguais de extratos do alimento, não demonstrou eficácia.
Os anti-histamínicos são de pouca utilidade prática como agentes preventivos, mas podem ser úteis nas reações agudas generalizadas com urticária e angioedema (urticária gigante).