O bojagi é uma técnica têxtil milenar coreana que emenda pedaços de tecido para diversos fins: embalar presentes, fazer roupas e até mesmo peças de arte. Religiões tradicionais da Coreia acreditavam que enrolar itens ou vestir pessoas com retalhos unidos trazia boa sorte. Saiba mais sobre esse trabalho clássico oriental a seguir.[clear]
[h2 type=”2″ width=””]Um Pouquinho de História[/h2]
O bojagi surgiu no século XIV já com uma aura mágica. A delicada união de retalhos era usada para cobrir sutras e como toalhas de mesa em rituais budistas. Então passou a fazer parte da tradição de noivados e casamentos.
Todas as mulheres, sempre relegadas ao lar, faziam bojagi a partir de sobras de tecidos usados na confeção de roupas para a própria família. Muitas criavam peças para dar a suas filhas quando se casassem, o que comunicava o desejo de que o laço entre elas e suas meninas continuasse sempre forte.
O noivo, por sua vez, entregava à família da noiva um pedaço de madeira envolvido em bojagi para assegurar sua fidelidade no dia do casamento.
O uso cotidiano do bojagi declinou nos anos 1950. Mas ressurgiu com status de arte quando, no fim dos anos 60, foram lançados quatro selos postais com ele. Afinal eram e continuam sendo parte inconfundível da identidade visual cultural da Coreia.
Hoje em dia, com a febre do k-pop, o bojagi está se tornando uma grande mania entre artesãos têxteis de várias partes do mundo. Até mesmo as passarelas ocidentais se renderam a esse charme coreano irresistível.
[h2 type=”2″ width=””]Características Básicas[/h2]
A maioria dos trabalhos de bojagi se utilizam de pedaços quadrados ou retangulares de tecido. Às vezes são cortados em formatos triangulares. Quase todo trabalho utiliza essas formas em diferentes tamanhos.
O bojagi é como um patchwork oriental, com costura feita à mão. Em geral são utilizados retalhos de cores diferentes – ou até mesmo combinando estampas distintas. Ou tudo isso junto.
Os pedaços são unidos por meio de um alinhavo que esconde as bordas dos tecidos em ambos os lados. O que é importante, já que o bojagi não apresenta forros ou camadas, como o quilting.
Quando o tecido é transparente, é possível enxergar os pontos. O efeito é belíssimo.
Atualmente alguns artesãos estão experimentando unir os pedaços com a ajuda de uma máquina de costura. Com determinados ajustes o trabalho fica bastante semelhante ao feito à mão, eliminando alguns passos e agilizando a produção.
[h2 type=”2″ width=””]Tipos de Bojagi[/h2]
O gungbo era o bojagi usado pela realeza e apresentava tons de rosa, roxo e púrpura. Muitas vezes eram estampados com imagens de dragões e usados em vésperas de ano novo ou no nascimento de um bebê nobre.
O minbo (ou jogakbo) é o bojagi feito e usado pelas pessoas comuns. E o subo é a versão bordada, em geral com desenhos abstratos de árvores, frutas, flores, pássaros, borboletas, etc.
[h2 type=”2″ width=””]Diferença Entre Bojagi e Furoshiki[/h2]
Aqui você vê um exemplo de amarração bojagi feita a partir de retalhos bordados.[clear]
Assista ao vídeo a seguir e mergulhe um pouquinho mais neste universo. Ele é apresentado pela artista têxtil coreana Youngmin Lee, uma das maiores referências sobre o assunto. Um dos exemplos mostrados é um bojagi com linhas curvas, muito semelhante aos pontos do bordado sashiko japonês.