Saiba como plantar e colher a valeriana officinalis, erva muito usada em produtos fitoterápicos ao redor do mundo.

Nome botânico: Valeriana officinalis L.
Nome popular: valeriana, erva-bendita
Angiospermae – Família Valerinaceae
Origem: Europa, disseminada por todo o mundo

Descrição da Valeriana

Planta herbácea rizomatosa com altura em torno de 1,50 m, folhas verdes compostas dispostas em forma de roseta basal. As flores são brancas ou levemente rosadas, pequenas e de formato tubular, reunidas nas pontas dos ramos. Floresce na primavera.

Deste gênero existem aproximadamente 200 espécies vegetando em regiões quentes do planeta. Pode ser cultivada em todo o país. Nos Estados mais ao Sul, o cultivo deve ser em local protegido dos ventos frios do inverno.

Como Cultivar a Valeriana Officinalis

valerianaLocal com sol o dia todo junto a muros ou paredes, como proteção durante os meses frios. Em locais mais ao Norte do país, será melhor o cultivo com sombras à tarde.

Um detalhe importante quando cultivamos planta medicinais é que elas precisam de sol para o desenvolvimento de elementos fitoterápicos, seja em qualquer parte da planta, folhas ou raízes.

O solo deve ter bom teor de matéria orgânica e pH neutro. Na terra do canteiro já destorroada e revolvida em até 20 cm adicionar composto orgânico e húmus de minhoca na proporção de 3:1, incorporando bem. Para fitoterápicos não se usa adubo químico.

Em nível caseiro, no entanto pode ser usado se a adição da muda fizer parte do canteiro com hortaliças.

Evitar formulações com grande teor de Nitrogênio, o que iria promover o desenvolvimento da parte aérea. O interesse está na produção de rizomas, a parte de interesse para fitoterápicos.

Espaçamento Entre as Mudas da V. Officinalis

Plantar as mudas com espaçamento de 0,25 a 0,35 cm de distância entre plantas e de 0,60 a 0,80 m entre as linhas, caso esteja fazendo cultivo comercial.

Abrir uma cova do tamanho do torrão e colocar a muda com cuidado e chegar terra ao seu redor. Aperte de leve para fixar a planta. Após o plantio de todas as mudas, regar. As regas são regulares como em todo o cultivo de hortaliças.

Propagação e Mudas

A propagação é feita por sementes colhidas de planta saudável e com boa formação. Deixe algumas plantas para usar como sementeira. Nas demais, corte os botões assim que surgirem para que os rizomas se desenvolvam melhor.

Use uma sementeira comercial, embalagens descartáveis de copos ou caixas de leite. Faça um furo de drenagem e coloque o substrato, a mesma mistura usada para plantio. Coloque de 2 a 3 sementes por embalagem, pois a germinação é baixa.

Use areia seca peneirada para cobrir as sementes e após a semeadura regue com regador de furos finos. Deixe em local protegido de chuva, frio e sol. Quando tiver 6 folhinhas ou cerca de 10 cm estará pronta para transplantar para canteiro, sempre em dias sombreados.

valerianaOutra técnica de propagação, desta vez vegetativa, é fazer a separação das touceiras. Use somente plantas que tenham muitos ramos, que tenham mais de 1 ano e com boa quantidade de gemas nos ramos.

Corte estacas de 15 a 20 cm, use caixotes ou embalagens descartáveis com areia úmida, deixando em local protegido até que perceber que começa a emitir novas folhinhas, sinal que já tem raízes. Transplante para novas embalagens ou para canteiro definitivo.

Manter o canteiro limpo de ervas daninhas é a única tarefa a realizar. Um tipo de fungo, de nome Sclerotinia costuma atacar as folhas. Corte as partes afetadas e use substrato desinfetado e de boa procedência. Regar somente o substrato também ajudará a controlar a infestação.

Colheita

A colheita dos rizomas é feita no outono com a planta de 2 anos de idade. Corte a parte aérea e desenterre os rizomas, deixe secar, pois ficará mais fácil retirar a terra.

Se for comercializar, os rizomas limpos e secos são o produto de venda. A secagem poderá ser feita em bandejas ao sol ou em secadores de ar quente em ambiente controlado, não devendo passar de 35 0C para evitar a alteração dos ativos fitoterápicos.

A farmacologia tem interesse também no óleo essencial de valeriana, sendo usada a técnica de arraste a vapor em laboratórios especializados. A produção deste fitoterápico pode ser uma renda extra para pequenos produtores.

Uso Medicinal da Valeriana Officinalis

valerianaComo planta de grande interesse para fitoterápicos, a valeriana é indicada para tratamento do sistema nervoso, ansiedade, depressão e para chás antes de dormir. Também tem ação antiespasmódica e anticonvulsiva.

Os ingredientes retirados dos rizomas contêm óleo essencial, pineno, ácido valeriânico, canfeno, borneal, alcaloides, enzimas e outros componentes.

O modo de usar é sob a forma de chás após maceração de rizomas picados, cerca de 25 g/600 ml de água fria. Para insônia, consumir cerca de 150 ml do líquido antes de dormir.

Outras formas de preparação são: tintura, que fica muito forte, podendo causar dores de cabeça, compressas do material que sobra da maceração e que é usada para diminuir câimbras e cápsulas, encontradas no comércio com misturas de outros componentes.

Consultar o médico antes de consumir.

Fonte Bibliografica
MORELLI, Miriam Regina Stumpf. Guia de produção para plantas medicinais, aromáticas e flores comestíveis. Porto Alegre, Cidadela, 2010.