Apesar do Japão ser um arquipélago, as plantas japonesas são muito variadas. Suas florestas são ricas em diversidade mas apenas algumas espécies são bem conhecidas no Ocidente. Apresentamos agora 7 árvores, arbustos e gramas nativas da terra do sol nascente para se apaixonar e, quem sabe, cultivar no seu jardim oriental ou em forma de bonsai.

Um pouco mais sobre plantas japonesas

Quais espécies vem à mente quando falamos em plantas japonesas? Muito provavelmente em primeiro lugar está a sakura, flor da cerejeira. Bonsais são grande concorrentes mas nem todos eles são feitos a partir de um vegetal nativo do Japão.

Camélias, azaleias, íris, papoulas e hortências possuem suas versões nipônicas – sem contar com os bambus. São igualmente populares mundo afora. Contudo existem outros tipos de plantas nativas japonesas que valem – e muito – a pena conhecer melhor.

Isso pode ser especialmente verdade se você possui afinidade com o budismo ou com práticas florais do Japão, tais como ikebanas e kokedamas. Ambas carregam um significado muito maior do que os arranjos em si.

Afinal o povo japonês possui uma relação profunda com a natureza e as verdinhas tem um significado espiritual para ele. O xintoísmo, por exemplo, prega que existem espíritos habitando pequenas plantas. Eles se chamam Kami.

Sugi, ou cedro japonês (Cryptomeria japonica)

Ficha técnica

  • Nome científico: Cryptomeria japonica
  • Nome popular: Criptoméria verde, cedro japonês
  • Família: Cupressaceae
  • Origem: Japão, China
plantas japonesas nativas
Foto: Imgur

Mais sobre o sugi

O sugi é um tipo de cedro nativo do Japão. Lá acredita-se que os espíritos Kami mais poderosos moram dentro dele.

Apesar de ser onipresente em templos budistas japoneses e outras realizações arquitetônicas essa espécie está ameaçada de extinção.

Dicas de cultivo e cuidados

Se quiser plantar em casa é importante observar que ele precisa de muito espaço para crescer. Se o seu jardim não for tão extenso você pode cultivar a variação Cryptomeria japonica nana (cedrinho japonês), que consegue se desenvolver em vasos grandes.

Ele gosta de solo úmido mas nunca encharcado; e clima úmido com sol pleno ou meia-sombra. Se você mora em regiões mais secas aposte na versão reduzida da planta e use umidificador dentro de casa.

Bambu preto (Phyllostachys Nigra Muchisasa)

Ficha técnica

  • Nome científico: Phyllostachys Nigra Muchisasa
  • Nome popular: bambu preto
  • Família: Poaceae
  • Origem: Japão e China
plantas japonesas
Foto: Pinterest

Mais sobre o bambu preto

Espécie rara de bambu com caule preto brilhante e folhas verdes, são os queridinhos de projetos paisagísticos mais sofisticados. São usados tanto como cercas vivas quanto como plantas de vaso para ambientes internos. Atinge no máximo 3 metros.

Dicas de cultivo e cuidados

É possível comprar mudas do bambu preto e cultivá-las em vasos dentro de casa. Gosta de meia sombra e tolera uma larga amplitude de temperaturas, da tropical à temperada.

O solo deve ser úmido mas não encharcado: regas a cada 3 dias são suficientes.

Grama hakone (Hakonechloa macra)

Ficha técnica

  • Nome científico: Hakonechloa macra
  • Nome popular: grama hanoke, grama florestal japonesa
  • Família: Poaceae
  • Origem: Japão
plantas japonesas grama hakone
Foto: My Garden

Mais sobre a grama hakone

Espécie de grama endêmica nas montanhas Hakone do Japão, que são vulcânicas. Este fato mostra o quão resistente essa gramínea é. É bem verdinha durante a primavera e o verão, quando pode dar pequenas flores, e se torna castanha no outono e no inverno.

Cresce em tufos, é perene e decídua. Extremamente versátil, pode ser cultivada no jardim, campos abertos, bosques, áreas urbanas, canteiros, pátios e acompanhando roseiras.

Dicas de cultivo e cuidados

A grama hakone gosta de solo úmido mas não encharcado. Aprecia adubação rica em húmus em solo bem drenado.

Cresce bem tanto sob o sol quanto à sombra e é de baixa manutenção. É muito resistente a pestes.

Bordo japonês (Acer palmatum)

Ficha técnica

  • Nome científico: Acer palmatum
  • Nome popular: bordo japonês
  • Família: Sapindaceae
  • Origem: Japão
plantas nativas japonesas
Foto: gardenia.net

Mais sobre o bordo japonês

O deslumbrante bordo japonês pode ser encontrado com folhas vermelhas, púrpuras ou verdes. É uma pequena árvore que alcança em média de 6 a 10 metros de altura e está presente em inúmeros projetos de paisagismo oriental ao redor do mundo.

É uma espécie muito utilizada para o desenvolvimento de bonsais. Pode ter mais de um tronco, que costuma ser retorcido. Suas folhas caem nas estações mais frias.

Dicas de cultivo e cuidados

Evite luz solar direta, uma vez que suas folhas são delicadas e podem queimar. O solo deverá ser regado várias vezes por semana pois precisa estar sempre úmido. Ao mesmo temo precisa ser bem drenado, especialmente se o bordo japonês estiver num vaso. O pH deve estar entre 4 e 6.

Se a planta estiver num vaso deverá ser transplantada a cada dois anos; e depois finalmente transferida para um local de solo profundo.

Pinheiro negro japonês, ou kuromatsu (Pinus thunbergii)

Ficha técnica

  • Nome científico: Pinus thunbergii
  • Nome popular: pinheiro negro, pinheiro negro japonês, pinheiro japonês, kuromatsu, matsu
  • Família: Pinaceae
  • Origem: Japão
árvores nativas do japão
Foto: MF Rural

Mais sobre o pinheiro negro japonês

Trata-se de um pinheiro importantíssimo para a cultura nipônica, associada aos guerreiros samurais, à força e à longevidade. Isso ocorre porque alguns exemplares chegam a mil anos de idade. Nos jardins japoneses simboliza a força masculina.

A exemplo do bordo japonês o kuromatsu é uma espécie muito usada para bonsais; contudo é infinitamente mais difícil de lidar. Os bonsaístas precisam ser bem experientes e dominar as centenas de detalhes na hora de manipulá-lo.

Dicas de cultivo e cuidados

O kuromatsu não nega suas raízes: você até pode tentar ter um num vaso dentro de casa mas ele vai definhar e morrer sem muita demora. Seu lugar é numa área externa e bem exposto a sol pleno. À sombra seus galhos se enfraquecem, caem e jamais crescem de novo.

Não exige muita rega; na verdade é bom deixar a terra ao redor dele secar um pouco antes de molhar novamente. Então o solo deve ser bem drenado ou as raízes vão estragar. É bom que ele contanha pedrinhas, areia grossa e um pouco de casca de pinheiro.

Não são muito exigentes no tocante a adubos mas respondem prontamente quando isso acontece.

Olmo chinês (Ulmus parvifolia)

Ficha técnica

  • Nome científico: Ulmus parvifolia
  • Nome popular: olmo chinês, olmo-da-china
  • Família: Ulmaceae
  • Origem: Japão, China, Coreia, Viatnam
árvores nativas do japão
Foto: Gardenia.net

Mais sobre o olmo chinês

Apesar do nome, o olmo chinês é igualmente nativo do Japão, além da Coreia e do Viatnam. É uma das poucas espécies japonesas que crescem bem na região mediterrânea – desde que em algum momento a temperatura caia abaixo de 0 graus Celsius.

Trata-se de mais uma espécie de árvore muito popular na arte do bonsai – além dos próprios jardins japoneses. Cresce rapidamente e dá uma sombra incrível, com copas que medem de 5 a 6 metros.

Dicas de cultivo e cuidados

O olmo-da-china é resistente à secas e gosta de climas mais amenos. Tira as geadas de letra. Pode atingir até 20 metros e tende a perder as folhas parcial ou totalmente, dependendo de onde foi plantado.

Dá pequeninas flores na primavera e seus frutos começam a surgir quando a árvore faz 20 anos. Precisa ser cultivado em área externa e é importante que ele mantenha uma distância mínima de 10 metros de pisos pavimentados, canos e outras estruturas escondidas no solo. Afinal suas raízes são bem poderosas.

Pode crescer até mesmo em substratos pobres. O importante é que seja bem drenado. No verão precisa ser regado duas vezes por semana e no inverno, uma. Fertilize de vez em quando com material orgânico.

Bambu japonês, ou metake (Pseudosasa japonica)

Ficha técnica

  • Nome científico: Pseudosasa japonica
  • Nome popular: bambu japonês, bambu metake
  • Família: Poaceae
  • Origem: Japão, Coreia
bambu nativo do japão
Foto: Tirol Plantas

Mais sobre o bambu japonês

Bambus costumam se alastrar com muita facilidade; no entanto o metake é bem mais contido quando podado de uma a duas vezes por ano. É bastante usado como cercas-vivas, proporcionando isolamento acústico. Podem chegar a até 5 metros de altura.

O bambu japonês é, ainda, bastante usado como planta de vaso para decorar ambientes internos. Neste caso as podas devem ser mais frequentes.

Dicas de cultivo e cuidados

Devem ser plantados em meia sombra; quando mais velhos toleram sol pleno. Crescem cerca de 1 metro por ano. Gostam de solo úmido, então recomenda-se que sejam regados a cada 3 dias.