Até parece que já estamos vacinados contra a Covid-19. Uma imensa quantidade de brasileiros retomou suas atividades regulares, sem levar em conta a ameaça. Resultado: superamos o mês de maio em número de casos. Diante das UTIs lotando novamente, tanto em hospitais públicos quanto particulares, Secretarias de Saúde tem realizado inúmeras reuniões para tentar conter a segunda onda da pandemia. Entenda agora por que não é hora de relaxar a quarentena.

Por Que Relaxamos a Quarentena

Sempre houve quem duvidasse da seriedade da pandemia da Covid-19. Essas pessoas nunca entraram em quarentena, num grande exemplo de negacionismo.

Contudo aos poucos a maior parte delas foi mudando de ideia conforme os casos foram aumentando. Ou chegando mais perto delas. A ponto de realmente vermos as ruas vazias e quase todos os setores da economia parados.

segunda ondaO confinamento por si só já foi um grande causador de ansiedade e depressão em boa parte da população. É natural que o impulso da “volta ao normal” fosse mais forte que a cautela.

Sem contar com o gradativo aval dos diferentes governadores em retomar algumas atividades profissionais e comerciais. E, mais tarde, sociais.

Embora sempre cuidadosos, o afrouxamento da quarentena pelos governantes acabou provocando uma noção geral de que a doença estava recuando. Ou que estava menos letal do que no começo.

Pandemia Hoje: Voltando aos Recordes de Antes

Já no início deste mês de dezembro diversos órgãos públicos voltaram a acionar a luz vermelha por conta da escalada dos casos de Covid-19.

O Comitê Científico da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro divulgou a ata de uma reunião feita junto a hospitais públicos, particulares e membros da saúde suplementar locais. Nele alerta que os casos da doença neste momento superam os picos de abril e maio deste ano.

segunda onda

E não só em número, mas também como no nível de gravidade dos pacientes.

Uma das grandes preocupações é ter que suspender novamente as cirurgias eletivas. Mais que isso: a provável impossibilidade de mobilizar profissionais da saúde de outros campos para o tratamento da Covid-19.

Outra vez as medidas restritivas voltam à cena. Incluindo restrições de horários para bares e restaurantes, fechamento de casas noturnas, cinemas e entretenimento em geral. Além de creches, escolas, feiras de negócios e praia.

segunda ondaEngrossando o coro, especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) emitiram uma nota técnica recomendando fortemente a mesma coisa.

No estado de São Paulo foram registrados 50.862 novos casos apenas em novembro, contra 42.179 em outubro. Parte do problema é atribuído à falta de testagens, que ilude a percepção geral no sentido de que a pandemia está recuando.

O estado de Santa Catarina vai instaurar toque de recolher nas próximas duas semanas. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Distrito Federal deverão anunciar medidas restritivas a qualquer momento.

Segunda Onda da Covid-19: O Que Fazer

Imediatamente o melhor a fazer é tentar ao máximo voltar aos hábitos de higiene e reclusão do primeiro semestre deste ano. Reduzir drasticamente a saída às ruas, apostar no delivery, fazer do álcool gel e da máscara seus companheiros inseparáveis.

Transporte público é indicado como um dos maiores vetores de contaminação das cidades. Logo, atenção. Não é necessário aguardar o pronunciamento oficial das autoridades para começar a se prevenir desde já.