O mundo se apressa para a volta ao trabalho na Covid-19, vírus ainda sem tratamento ou vacina. Diante desse cenário a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou orientações para maximizar a segurança de trabalhadores de todo o planeta que vão deixar o home office e regressar a escritórios, fábricas e outras instituições. Conheça alguns desses protocolos.
As 10 Medidas da OIT para o Retorno ao Trabalho na Covid-19
A ideia que baseia as recomendações da OIT é o foco na saúde dos trabalhadores, acima da produtividade. A partir disso a entidade definiu uma série de práticas que devem ser observadas pelos empregadores.
Resumidamente foram publicadas as 10 medidas que deverão orientar o retorno ao trabalho presencial:
- Formar uma equipe para planejar e organizar o retorno ao trabalho
- Decidir quando reabrir, quem retornará ao trabalho e de que forma
- Adotar medidas de engenharia, organizacionais e administrativas
- Promover a limpeza e desinfecção do ambiente de trabalho de forma regular
- Prover meios para higiene pessoal
- Prover equipamentos de proteção e informar o uso correto
- Monitorar a saúde dos funcionários
- Considerar outros riscos, incluindo o psicossocial
- Revisar os planos de preparação de emergência
- Revisar e atualizar as medidas preventivas e de controle
A OIT avisa que essas medidas visam complementar, e não substituir, os regulamentos e orientações nacionais de segurança e saúde no trabalho.
De todo modo elas já estão contribuindo para incrementar as condições de trabalho no nível nacional, consolidando uma nova e mais responsável cultura de relações entre empregador e funcionários.
Exemplo disso são as recentes criações de leis brasileiras para o funcionamento de diversos setores econômicos, enriquecendo os sistemas brasileiros de Segurança e Saúde no trabalho.
O pontapé inicial é que cada local físico seja avaliado antes de receber de volta seus colaboradores. Isso para que sejam realizadas adaptações de segurança para recebê-los.
Recomendações Práticas para o Regresso ao Trabalho Físico
Em linhas gerais as recomendações incluem instalação de barreiras ou distanciamente físicos entre funcionários, melhorias com a ventilação e dias e horários reduzidos, ou em rodízio, de trabalho presencial.
A higiene das instalações também é fundamental e pode ser feita pela manhã, antes dos emprgados chegarem; depois do horário de almoço; e depois do expediente, quando todos se forem.
O uso de máscaras e constante limpeza das mãos com álcool em gel se aplica a todo e qualquer empregado, independente de hierarquia. Esses itens devem ser fornecidos pelo empregador.
Reuniões devem ser feitas virtualmente sempre que possível, mesmo que todos os participantes estejam presentes fisicamente nas dependências da empresa ou instituição. Isso porque salas de reunião devem ser evitadas.
Nas fábricas o ideal é que refeições e reuniões sejam realizadas em espaços abertos.
Trabalho na Covid-19: os Direitos dos Funcionários
O fundamento divulgado pela OIT – a de que as pessoas estão acima da produtividade neste momento de Covid-19 – empodera os funcionários a buscar melhores condições, caso necessário.
“Os trabalhadores devem se sentir seguros em seus locais de trabalho em relação aos riscos direta e indiretamente associados à Covid-19, incluindo questões psicossociais e de ergonomia relacionadas ao trabalho em posições difíceis ou com instalações precárias quando o trabalho é feito em casa”, diz o documento.
Em outras palavras, os empregados devem ter o direito de se afastar de qualquer situação “na qual elas tenham uma justificativa razoável para acreditar que representa um perigo iminente e sério para sua vida ou saúde” e “devem ser protegidas de quaisquer consequências indevidas”.
De todo modo o próprio empregador deverá proteger prioritariamente, ou mesmo permitir permanente home office, a pessoas idosas, grávidas ou com doenças pré-existentes.
O Que Algumas Empresas Já Estão Fazendo
Algumas empresas de grande porte já estão se adiantando no aprimoramento de seus espaços físicos para maximizar a segurança de seus colaboradores.
Muitas estão contratando a assessoria de hospitais, laboratórios e infectologistas renomados para organizar, aos poucos, a volta de seus funcionários ao trabalho. Junto a eles, estão mapeando toda a jornada de trabalho de cada setor para identificar necessidades específicas de medidas mais restritivas.
Também estão tirando a temperatura corporal de todos os seus empregados na chegada ao local.
Aliás horários de entrada, almoço e saída estão sendo escalonados, para eliminar o efeito de “engarrafamento” nas dependências comuns dos edifícios, incluindo escadarias e elevadores.
Empresas e fábricas que oferecem refeitório estão redobrando os cuidados com a higiene – até porque são locais de concentração de pessoas que, no momento da alimentação, precisam retirar as máscaras.
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